• Património

    O mais importante vestígio arqueológico e patrimonial da freguesia de Vaiamonte, é o que resta da antiga Torre de Palma. Foi uma villa romana, que naquele período terá sido possuída por uma poderosa família, os Basilli, cujo nome é conhecido através de uma inscrição no local. Donos de uma sumptuosa residência, exploravam um vasto latifúndio em redor, que incluía lagares, celeiros e outras dependências agrícolas.

    A VILLA desenvolve-se sobre uma suave colina, junto de um pequeno riacho, em torno de um vasto pátio interior, de forma trapezoidal. As amplas e sumptuosas instalações da VILLA ROMANA, ou residência dos proprietários, dispunham-se por sua vez em torno de um peristylium, pátio quadrangular com um alpendre assente em colunas que tinha um tanque ao meio, o impluvium, e era pavimentado com mosaicos diversos. A entrada principal fazia-se através do tablinum ou sala de receção, onde se encontrava o célebre mosaico das Musas, daí se passando para o pátio. A axedra, sala destinada à prática musical e ao convívio, abria também para este pátio, e o seu pavimento era constituído pelo mosaico dos cavalos. A sala dos banquetes ou triclinium, patenteava claramente o apreço dos donos pela natureza, nas flores e frutos dourados dos frescos que revestiam as paredes e no próprio pavimento, constituído pelo lindíssimo mosaico das flores. Os BASILII eram decerto pessoas de mesa requintada, servindo-se de baixelas de prata ou de louça importada da Gália (França), e iluminavam as salas com belas lucernas de cerâmica fina ou de ou de bronze, rodeando-se de todas as comodidades da gente abastada dessa época, proporcionadas pela exploração das vastas terras de que dispunham por meio de numerosos escravos. Possuíam também umas termas de certa magnificência situadas um pouco a Oeste da VILLA, formando um edifício independente. De uma primeira sala, onde as pessoas se despiam e praticavam exercícios físicos, passava-se sucessivamente para as salas destinadas a banhos frios, tépidos e quentes (frigiderium, tepidarium e caldarium) respetivamente. Quanto aos servos dispunham de termas mais modestas, junto da sua área residencial, situada na ala Este da VILLA.

    A Norte da VILLA encontraram-se as ruínas da Basílica Paleocristã, provavelmente datada do séc. IV, com três naves de sete tramas, e ábsides contrapostas, a qual tinha um batistério em forma de cruz, de Lorena, com dois lanços opostos de quatro degraus, considerado como sendo um dos mais complexos da Península Ibérica, só paralelos na Palestina e no Norte de África. Esta importante estação arqueológica está classificada como Monumento Nacional e foi estudada e em grande parte escavada por Manuel Heleno de 1947 a 1962 e mais recentemente por Fernando de Almeida, e ambos publicaram os resultados das suas escavações em O Arqueólogo Português e outras publicações especializadas. Os materiais recolhidos encontram-se no Museu Nacional de Arqueologia e Etnografia

Mosaico das Musas

Musas

Mosaico Torre de Palma

mosaico